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Mostrando postagens com o rótulo Espiritualidade

Sobre o Medo de Amar

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Escrevi em um post no facebook que o amor é ônus que a nossa geração, medrosa e frouxa, reage com desprezo. E que esta reação é sintomática, pois revela o que a gente vive tentando esconder: o medo de amar. Ao fazê-lo, eu tinha em mente as notícias correntes sobre homens japoneses que têm preferido bonecas de cera à mulheres. E também das novas configurações de relacionamento familiar   denominadas de “coparentalidade” ¹; onde gerar um filho é objeto de suprimento da carência afetiva de adultos, pouco importando os desajustes que estes “filhos da projeção carente” venham sofrer num mundo muito bagunçado onde o medo de amar de seus pais são uvas verdes que embotaram os seus dentinhos de leite. Estamos acostumados como antagonistas do amor os parceiros egoísmo e orgulho. Estes dois sentimentos tão íntimos e indissociáveis à nossa humanidade, parecem ser os fantasmas assombradores da caridade— uma espécie de “espíritos zombeteiros”, como dizem os espíritas kardecistas. O...

A fórmula do sucesso é não ter fórmula!

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Você não precisa apostar em frases prontas nem em mantras para alcançar a fórmula do sucesso! Aposte no foco. Concilie a leveza com a determinação. Isto é possível à medida que você tem o domínio sobre aquilo que te causa tensão. E o que te causa tensão? O que você chama de stress? Bem, acredito que não faltem razões, não é? Às tensões tem, pelo menos, duas naturezas: a consciente e a inconsciente. Até aqui, nada novo debaixo do sol, afinal, Freud explica. As tensões inconscientes geralmente estão vinculadas a inquietações existenciais, sobre a morte ou sobre como enfrentamos a vida. Enquanto que as conscientes, não divorciadas dos problemas existenciais, são, no entanto, objetivas, e; geralmente se ocupam com a abundância ou a falta dinheiro, status e um lugar ao sol. Então já que não podemos ter controle sobre tudo o que nos acontece interna e exteriormente, que tal sairmos, ao menos, de nosso piloto automático e enxergar as múltiplas possibilidades que...

O debate ideológico com base nas últimas eleições: evolução, retrocesso, consenso, hegemonia cultural

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A quem espera ser parcial ou fielmente representando ideologicamente, não espere isto pelo menos nos próximos 20 anos no Brasil. Daqui até lá, o que se terá ainda será apenas alguns gatos pingados, à semelhança do que já começou nesta eleição em São Paulo, ao ser eleito o jovem Fernando Holiday, negro, gay, de origem pobre e declaradamente de Direita, sendo um dos protagonistas de um movimento que ganhou projeção nos protestos que desembocaram no impeachment da presidente Dilma Rousseff.  Primeiro - sem entrar no mérito das forças que o elegeram - acho essa necessidade de ser representado ideologicamente de forma plena algo que caminha para o fascismo, seja de que lado for. Não acredito em pureza ideológica assim como não tenho dúvidas que qualquer hegemonia de pensamento e cultura pode se tornar o pavimento perfeito para uma ditadura com a cara e a benção de um povo, assim como o Brasil ensaiou dar em rápidos passos com o PT no poder.  Quero deixar claro que nã...

A tensão pecador versus santo e nossa paranoia: um paralelo do filme Perfume e o Cristianismo

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“ O perfume: a história de um assassino” é o livro que foi adaptado à superprodução do diretor alemão Tom Tykwer no filme “Perfume: a história de um assassino”. O filme que narra à dramática história de vida do personagem Jean Baptiste Grenouille, jovem filho de uma feirante, na idade média, que o abandonara junto a restos de peixes e que carrega consigo um dom natural que o habilita a uma mega capacidade olfativa, possibilitando-o  sentir todos os possíveis cheiros do mundo. O filme mostra a saga do jovem Baptiste em perseguir todos os cheiros e explorá-los, aliado à sua ambição de encontrar aquela nota da essência mais profunda. E que Baptiste a reconhece depois de observar uma linda jovem em sua plena beleza natural. O desfecho rico de detalhes (e claro que eu vou poupa-los deles) apresenta às evidências da essência da natureza humana, quando reunidas todas às notas [essências], ele consegue compor um perfume cuja essência principal exala o poder, a fama, a sens...

Alegria, prazer, felicidade e espiritualidade: uma busca no imediato!

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Diante do excesso de informações. Das muitas seduções do consumo e das múltiplas possibilidades de entretenimento e adrenalina, tudo parece estar em torno de nós e para nós. Mesmo assim, somos assaltados por uma falta de sentido existencial e que imediatamente cuidamos de reprimir ou abafar seu apelo. Outro dia escrevi aqui sobre esse momento de assalto da falta de sentido, pela melancolia, como esse grito para nos salvar do fútil. Reprimir esse grito no interior da casa, não garante que lá fora, pelos telhados do facebook não se ouçam o barulho confuso e ambíguo de nossas queixas. As "redes sociais" é o espaço que substituiu o velho e necessário divã psicanalítico. Entretanto, existem essenciais diferenças entre o divã e as redes sociais. É que no divã se tem o benefício do sigilo, enquanto nas redes sociais você confessa para o mundo inteiro. No divã existe a possibilidade do confronto para a verdade, nas redes se tem o conforto da mentira. No divã ex...

Deus, deuses, humanos e bichanos - o problema da linguagem

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Em Jó 22, versos 2 e 3 diz: Pode alguém ser útil a Deus?/Mesmo um sábio, pode ser-lhe de algum proveito?/ Que prazer você daria ao Todo-poderoso se você fosse justo?/ Que é que ele ganharia se os seus caminhos fossem irrepreensíveis? Muitas são as vertentes teológicas que justificam a ligação do homem com o Divino, com o Supremo ou com Deus. Seja o tronco dessa ligação monoteísta ou politeísta, em dado momento, tudo passa pelo crivo da experiência pessoal de seus fiéis ou cultuadores. É justamente essa passagem, ambígua , que esconde grandes mistérios, mas também revela graves limitações. Aliás, não é mesmo fácil conciliar coisas do Divino (atemporal, incondicional, imprevisível) com coisas humanas (temporais, condicionais e previsíveis). Neste sentido, talvez o politeísmo estivesse à frente do monoteísmo quando mistura deuses e homens na mesma relação, mas, não consegue escapar da crise de temperamento de seus deuses, como as pragas de Apolo e a lança de ...

Soneto da Existência

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Aquiescer o sentimento Quando seguir for preciso, Entre o dito e o não dito Disfarçar o olhar atento. Ou será melhor escancarar Esse peito rasgado de dor? Que tênue não evita amor Quando entrega a esbanjar. Tão breve seja a vida, na lida, Sê inteiro no amar, sê guarida; Contente e sem véu, apresentar Firme e suave na luta renhida, Sob o sol da existência sofrida, Em alegre canto a vida desbravar! Por Fernando Lima

O Tempo e a coerência

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O TEMPO é como um velho e instruído escriba que tira de seus pergaminhos leituras novas e velhas e mostra o quanto somos coerentes ou não. Coerência não é para ser cobrada. É para ser vivida e, para tanto, é necessário que o indivíduo  conheça a si mesmo; e saiba quais as motivações que o conduzem e o que está por trás de suas mais "puras" intenções. Precisamos rever nossas convicções. Elas dizem muito do que somos. Não tenhamos medo de abrir mão, desapegar ou se necessário for, perder por causa da consciência. Lá na frente, isso será o nosso quinhão na vida. Fernando Lima.

Tudo é ressentimento: e agora?

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Idos de 2006. Li quase tudo de Nietzsche. Fui do abismo aos píncaros da dúvida. Senti o gosto da descrença e o enamoramento da fé. Só o compreendi quando me dei conta de que qualquer que seja o papel do indivíduo nesta vida, ele é sempre um ressentido, segundo Nietzsche. Daí a "vontade de potência" que é uma espécie (rebuscando eu em Freud) de sublimação do ressentimento em energia criativa para a vida. Tarefa esta que eu preferi fazê-la acompanhado da fé. Sim, pois só assim há descanso para alma que ao tentar fazer tudo só, esquece que o que se disse em Jó: "onde estavas tu quando eu fundava a terra? Se tens inteligência, faze-me saber!" Por Fernando Lima

A quem Busca algo novo debaixo do sol

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As terminologias cristãs estão desgastadas pelo uso abusivo e excessivo nas homilias ao longo dos séculos. Sejam as apregoadas pelo catolicismo, às refinadas pelos protestantes e ou as contemporâneas aberrações do meio evangélico. Qualquer discussão é mera discussão. Qualquer não- forma já é em si mesma uma forma propositiva. Qualquer tentativa de resignificar por alterações das palavras, dos termos, está fadada a alternativa de outro método inovado. Com outras caricaturas. Não tenho esperanças em ajuntamentos humanos. Tenho esperança nos que se juntam por causa das implicações do seguir a Cristo. Seguir a Cristo. Sim, segui-lo ultrapassa todas estas discursões. Diálogo com as religiões? É algo interessante e ideal, contudo, o que se faz são contratos politicamente corretos e pudicos para não serem maus mocinhos. A história está aí para provar. Eu acredito nas relações humanas. Relações que podem ser fortalecidas pelo que tiverem em comum. Digo, em comum. Não unân...

O que nos moverá em 2016. Ou: o paradoxo que nos oprime e nos liberta!

Eu poderia chamar de equilíbrio o que aqui chamo de paradoxo.  O problema é que ao fazê-lo, ignoro a natureza humana a altura de seu tempo – ou seja: vivemos tempos de polarizações. Isto posto, vale considerar que este ano nós brasileiros precisaremos de mais fibra, mais força e mais equilíbrio. Equilíbrio não é bem o nosso forte, ainda mais quando se trata das discussões em torno da Democracia; prefiro crer que o paradoxo de ver o Estado como promotor da felicidade e a imediata desilusão diante da realidade que cotidianamente nos acomete, reivindicando que sejamos mais protagonistas em razão da crise: será o que nos moverá no ano de 2016. Eis o diagnóstico: 1.        Os magnatas (empreiteiros/empresariado) beberão do seu próprio veneno pelo de fato de haverem vendido sua liberdade ao Estado; 2.        Os apaixonados ideologicamente pela Esquerda terão que viver a contradição de um governo eleito por eles co...

Guarde estas duas palavras: Fé e Confiança!

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Fé...   Andar pelo que se vê é mais fácil, a despeito das intempéries e descompassos da existência humana.   Quero ver é andar pela fé. Andar pela fé demanda antes de qualquer coisa confiança!   Confiar no sentido mais pleno da entrega.   O ego reclama, os instintos resistem e o indivíduo se vê angustiado na conceituação de quem ele é.   Angústia...   A angústia primitiva, habitante no ser humano mais consciente, é aquela que  Kierkegaard chamou em Conceito de Angústia de síntese, a saber: o encontro parcial da atemporalidade com a temporalidade do Ser.   Acerca desta síntese, o eclesiástico disse que "Deus fez tudo formoso ao seu tempo e também pôs a eternidade no coração do homem", afirmação sobre a qual se fundamentam nossas teologias.   Vida...   Paulo, o apóstolo, sob outros aspectos, aborda a existência como mísera efeméride, caso a esperança do ser humano se limite apena...