O que nos moverá em 2016. Ou: o paradoxo que nos oprime e nos liberta!
Eu poderia chamar de equilíbrio o que aqui chamo de
paradoxo. O problema é que ao fazê-lo,
ignoro a natureza humana a altura de seu tempo – ou seja: vivemos tempos de
polarizações.
Isto posto, vale considerar que este ano nós brasileiros
precisaremos de mais fibra, mais força e mais equilíbrio. Equilíbrio não é bem
o nosso forte, ainda mais quando se trata das discussões em torno da Democracia;
prefiro crer que o paradoxo de ver o Estado como promotor da felicidade e a
imediata desilusão diante da realidade que cotidianamente nos acomete,
reivindicando que sejamos mais protagonistas em razão da crise: será o que nos
moverá no ano de 2016.
Eis o diagnóstico:
1.
Os magnatas (empreiteiros/empresariado) beberão do seu
próprio veneno pelo de fato de haverem vendido sua liberdade ao Estado;
2.
Os apaixonados ideologicamente pela Esquerda
terão que viver a contradição de um governo eleito por eles com a ameaça de
cortarem na própria carne, afinal, vale o sacrifício pelo “outro”, desde que o
outro não seja eu, assim se justifica a Esquerda defensora de Mais Estado;
3.
A Classe Média, rouca e mais pobre, terá aqui e
ali alguma força para gritar nas redes sociais;
4. E os pobres? Estes verão na Classe Média a
distância de sua condição social. Ou seja, ficarão mais pobres.
Tal diagnóstico, no entanto, aponta apenas a liberdade
material e econômica local. No nosso país.
Existem, contudo, outros fatores pertinentes à
natureza humana, que veem junto com o declínio da religião e a necessidade de nos
reavermos com uma espiritualidade cuja característica prática é o caminhar com
as próprias pernas.
A fatal ausência de equilíbrio de nosso tempo nos fará romper
com tudo o que de bom houver quando for à hora de desconstruir-se do “desnecessário
imediato”.
Todavia, creio que a grande libertação consciencial do
Brasil ainda está longe. Ela passa pela ideologia, mas não necessariamente
dependerá dela apenas.
Diante desta
realidade, qualquer um é tentado a dizer que seria então a religião a grande
cartada para um salto de consciência e amadurecimento de nosso povo? Absolutamente, creio que não, apesar de que
vejo muitos pontos negativos na desconstrução da religião, eu não poderia
ignorar a alma sincretista do brasileiro e que ao apresentar “tanta fé”, gera
má-fé numa geração que busca cada vez mais um lugar ao sol sem as intervenções
acachapantes dos prédios iluminados por holofotes de homens exploradores da fé.
Não passo ao largo de ser generalista nas coisas que digo,
portanto, passivo de não estar sendo de todo verdadeiro, mas, como disse Jesus:
a Verdade Liberta! Assim, nem por ser generalista deixo de dizer o que é verdade (ou verdades) e espero, ao menos, que estas verdades tenham o poder de libertação de um povo
que aprendeu amar mais as emoções confusas em nome de “qualquer coisa,” que a
razão que os dignifica.
Por Fernando Lima
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