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O debate ideológico com base nas últimas eleições: evolução, retrocesso, consenso, hegemonia cultural

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A quem espera ser parcial ou fielmente representando ideologicamente, não espere isto pelo menos nos próximos 20 anos no Brasil. Daqui até lá, o que se terá ainda será apenas alguns gatos pingados, à semelhança do que já começou nesta eleição em São Paulo, ao ser eleito o jovem Fernando Holiday, negro, gay, de origem pobre e declaradamente de Direita, sendo um dos protagonistas de um movimento que ganhou projeção nos protestos que desembocaram no impeachment da presidente Dilma Rousseff.  Primeiro - sem entrar no mérito das forças que o elegeram - acho essa necessidade de ser representado ideologicamente de forma plena algo que caminha para o fascismo, seja de que lado for. Não acredito em pureza ideológica assim como não tenho dúvidas que qualquer hegemonia de pensamento e cultura pode se tornar o pavimento perfeito para uma ditadura com a cara e a benção de um povo, assim como o Brasil ensaiou dar em rápidos passos com o PT no poder.  Quero deixar claro que nã...

Sobre Downton Abbey (Não contém spoilers):

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Finalmente encorajei-me a assistir o 'grand finale' de "Downton Abbey", a melhor série de todos os tempos. As lágrimas ainda estão frescas no rosto e o pequeno diálogo entre a Condessa Viúva e a Sra. Crawley no finalzinho no capítulo ecoam na minha mente: “- Faz-me rir como celebramos ao futuro todos os anos – o que quer que ele traga. - Mas ao que mais celebraremos? Estamos indo para o futuro, não de volta para o passado. - Se pudéssemos escolher!” Quem conhece o espírito de Violet, a Condessa Viúva de Grantham, sabe de seu apreço quase devoto pelas tradições e costumes que guiaram o 'modus vivendi' do povo inglês por tantos séculos; mas sabe também de sua maleabilidade para lidar com fatos, aqueles que não poderiam ser modificados nem pelo mais nobre dos preceitos.  Eu me identifico com essa faceta da Condessa: se pudesse, escolheria voltar. Não posso. O que me resta se não avançar? Aí está a diferença crucial entre o conservador e o reacio...

Soneto de um país

Meu país é verde e amarelo É distinto, pleno, continental. Negas dia-a-dia o infame brutal. Revela-te tardio, dúbio esmero. Do teu cansaço sonambulante,  O impávido colosso e esplêndido, Eivado de dor, exposto ao vilipêndio.  Caminhas ermo, ente perambulante. Tuas riquezas e teu espólio Dos teus saques, útero vil. Das tuas catacumbas, és pueril! Insólito dissimulas o imbróglio, O ranger dos dentes cibernéticos. Teu labor, tua tese, reje antitético. Fernando Lima