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Mostrando postagens com o rótulo Teologia

A SÍNDROME DE SMEAGOL X GOLLUM E A REALPOLITIK DE MARINA SILVA

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Num percurso de 24 anos de esforço intelectual, tateei entre a aceitação da impotência de minha razão para entender a fé que professava (fideísmo) e o esforço de racionalizar a fim de não anular a elementar intelecção que pulsa dentro de mim (racionalismo). Foi indo a estes extremos que descobri que existe um “caminho do meio”. Que é possível pensar sem pôr em detrimento a fé, e vice-versa. Quando eu trouxe isto para o campo da análise política, foi um desastre. Este desastre teve a cooperação muito intensa da teologia da libertação (Boff e outros) e de teólogos de liberais (de Schleiermacher a Barth, este último considerado neo-ortodoxo) à minha formação. Quando se traduz um tal "caminho do meio" no campo da política, é mais ou menos o que C.S Lewis chamou de "esnobismo cronológico", no sentido de que "tudo o aquilo que ficou desatualizado, é por isso desprezível". Ou seja: não é por que temos supostas alternativas de espectros ide...

A Reforma Protestante e a retórica destrutiva dos revolucionários

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Hoje é o dia da Reforma Protestante. Do século 16 para cá muitas coisas mudaram em todos os ambientes, mas especialmente no da teologia cristã. Não fosse a ruptura, o protestantismo nasce como um movimento sempre reformável dado a sua natureza dispersiva. Tão dispersiva no sentido de fragmentação teológica, que não se sabe mais se o que temos aí nos novos fenômenos – como o neopentecostal por exemplo- seja algo a que se possa vincular as origens do protestantismo.  Porém, nada é mais retórico e politicamente correto que aqueles que pregam uma revolução como sendo algo de maior valia sobre a reforma, como se ela, a reforma, nada houvesse contribuído para a civilização. Embora ela tenha contribuído muito, não só na economia, força de mercado e culturas populares, mas também na construção de novas linhas de pensamento.   Não acredito em revoluções que não respeitem boas tradições. Revoluções que não tratam às tradições em seu devido lugar, querem um protagonismo qu...

Alegria, prazer, felicidade e espiritualidade: uma busca no imediato!

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Diante do excesso de informações. Das muitas seduções do consumo e das múltiplas possibilidades de entretenimento e adrenalina, tudo parece estar em torno de nós e para nós. Mesmo assim, somos assaltados por uma falta de sentido existencial e que imediatamente cuidamos de reprimir ou abafar seu apelo. Outro dia escrevi aqui sobre esse momento de assalto da falta de sentido, pela melancolia, como esse grito para nos salvar do fútil. Reprimir esse grito no interior da casa, não garante que lá fora, pelos telhados do facebook não se ouçam o barulho confuso e ambíguo de nossas queixas. As "redes sociais" é o espaço que substituiu o velho e necessário divã psicanalítico. Entretanto, existem essenciais diferenças entre o divã e as redes sociais. É que no divã se tem o benefício do sigilo, enquanto nas redes sociais você confessa para o mundo inteiro. No divã existe a possibilidade do confronto para a verdade, nas redes se tem o conforto da mentira. No divã ex...

Deus, deuses, humanos e bichanos - o problema da linguagem

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Em Jó 22, versos 2 e 3 diz: Pode alguém ser útil a Deus?/Mesmo um sábio, pode ser-lhe de algum proveito?/ Que prazer você daria ao Todo-poderoso se você fosse justo?/ Que é que ele ganharia se os seus caminhos fossem irrepreensíveis? Muitas são as vertentes teológicas que justificam a ligação do homem com o Divino, com o Supremo ou com Deus. Seja o tronco dessa ligação monoteísta ou politeísta, em dado momento, tudo passa pelo crivo da experiência pessoal de seus fiéis ou cultuadores. É justamente essa passagem, ambígua , que esconde grandes mistérios, mas também revela graves limitações. Aliás, não é mesmo fácil conciliar coisas do Divino (atemporal, incondicional, imprevisível) com coisas humanas (temporais, condicionais e previsíveis). Neste sentido, talvez o politeísmo estivesse à frente do monoteísmo quando mistura deuses e homens na mesma relação, mas, não consegue escapar da crise de temperamento de seus deuses, como as pragas de Apolo e a lança de ...

Deus não está morto, e isto não é problema meu!

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Com tanta coisa acontecendo no Brasil, depois do ouro olímpico para a seleção masculina de futebol, lá estava eu assistindo um filme - motivado seja por que for - que me diz que “Deus não está morto”.  Seja também o título uma resposta a famosa frase do filósofo Nietzsche que diz o contrário ao afirmar que “Deus morreu”-  a verdade é que ao terminar de assistir, me dei conta de que foi mais um daqueles filmes que nós dizemos no final: “nossa, não fui bem na escolha”. O filme que me parecia no início esse jogo competitivo de lógicas em choque, era, na verdade, mais um daqueles enviesados para o público gospel no intuito de fazer prosélitos. E... Sabe...Nada me parece mais anacrônico e ultrapassado que as velhas discussões sobre Deus, coisas de sala de aula que alimenta vaidades sobre quem vence na quebra de braço, a teologia cristã ou a ciência?  A criação ou a evolução? Ora, os amigos que me conhecem e sabem de minha fé pública em Jesus, devem esta...

Sobre o Ideal de Piedade Cristã

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Alguém me perguntaria se não é contraditório quando falo que sou uma decepção ao “ ideal de piedade cristã” ao passo que convido a andar comigo na senda do Evangelho. Pois bem, estou dizendo que mais que contraditório: eles são antagônicos! Quando falo sobre o “ideal de piedade cristã”, estou me referindo a moral religiosa perpetrada ao longo dos séculos, que maculou e feriu a dignidade de milhares de pessoas, sobretudo MULHERES sobre a ins ígnia dos dogmas, encíclicas papais, postulados, livros, recomendações episcopais e regulamentos institucionais em nome da “santa fé” que reprimiu a sexualidade, criando e reproduzindo os tabus oriundos do paganismo e que estão vigentes até os dias atuais. Ao longo de minha jornada, vi o “ideal de piedade cristã” matar quatro amigos meus que cometeram suicídio para evitarem o escárnio público que sofreriam ao assumirem suas condições homoafetivas. Dos quatro, um deles era pastor. Vi o “ideal de piedade cristã” se tornar minha mai...

Sobre o mar da vida: Jesus, eu e você!

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Se Jesus tivesse convidado a Pedro, discípulo, para seu encontro no chão da praia, teria-se ao menos a certeza de que até Ele se chegaria são e salvo. Mas não, Jesus o convida a pisar onde os pés não tem firmeza. Aonde as duvidas são o pavimento. Onde os recursos exatos que constroem nossa segurança na vida podem falhar. Desde ontem, enquanto refletia sobre minhas capacidades e limitações, me veio esse entendimento ao coração assim como foi na minha devota adolescência: " Só dependendo de Deus é que se contará com os recursos dEle". Por Fernando Lima

O sentido do que fazemos

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Nada, consciente e inconsciente, inquieta mais a existência humana que a Vocação, pois esta representa quem somos e o que fazemos. O discípulo Pedro envia uma carta a varios cristãos dispersos chamando a atenção para este fato e, as afirmações que ele faz dos versos 1 a 25 de sua primeira epístola, dão luz a vocação a qual TODOS nós podemos estar a ela admitidos pela fé. Visto que tal admissão, sem fé, é impossível. Sem a fé só nos resta as agruras do  sucesso e as ilusões dos holofotes que refletem uma vida vazia e fútil, baseada na mera ostentação. Para tanto, Pedro evoca-nos a consciência de nossa vocação, e sobre sua natureza dizendo que ela é eterna, por causa de Jesus, é antes da fundação do mundo. É historificada através do testemunho dos profetas e do Verbo Encarnado; e sua perspectiva futura é de completude. Com essa síntese, temos algumas constatações: 1. A vocação pela fé nos chama a dar nome às coisas. A resignificar a existência. A andar sóbrio sobr...

A quem Busca algo novo debaixo do sol

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As terminologias cristãs estão desgastadas pelo uso abusivo e excessivo nas homilias ao longo dos séculos. Sejam as apregoadas pelo catolicismo, às refinadas pelos protestantes e ou as contemporâneas aberrações do meio evangélico. Qualquer discussão é mera discussão. Qualquer não- forma já é em si mesma uma forma propositiva. Qualquer tentativa de resignificar por alterações das palavras, dos termos, está fadada a alternativa de outro método inovado. Com outras caricaturas. Não tenho esperanças em ajuntamentos humanos. Tenho esperança nos que se juntam por causa das implicações do seguir a Cristo. Seguir a Cristo. Sim, segui-lo ultrapassa todas estas discursões. Diálogo com as religiões? É algo interessante e ideal, contudo, o que se faz são contratos politicamente corretos e pudicos para não serem maus mocinhos. A história está aí para provar. Eu acredito nas relações humanas. Relações que podem ser fortalecidas pelo que tiverem em comum. Digo, em comum. Não unân...