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Mostrando postagens de outubro, 2016

A Reforma Protestante e a retórica destrutiva dos revolucionários

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Hoje é o dia da Reforma Protestante. Do século 16 para cá muitas coisas mudaram em todos os ambientes, mas especialmente no da teologia cristã. Não fosse a ruptura, o protestantismo nasce como um movimento sempre reformável dado a sua natureza dispersiva. Tão dispersiva no sentido de fragmentação teológica, que não se sabe mais se o que temos aí nos novos fenômenos – como o neopentecostal por exemplo- seja algo a que se possa vincular as origens do protestantismo.  Porém, nada é mais retórico e politicamente correto que aqueles que pregam uma revolução como sendo algo de maior valia sobre a reforma, como se ela, a reforma, nada houvesse contribuído para a civilização. Embora ela tenha contribuído muito, não só na economia, força de mercado e culturas populares, mas também na construção de novas linhas de pensamento.   Não acredito em revoluções que não respeitem boas tradições. Revoluções que não tratam às tradições em seu devido lugar, querem um protagonismo que nem mes

Vencendo a tentação para me lançar nos braços da poesia

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Confesso que a minha tentação imediata é escrever sobre política. E só é tentação porque é fora do meu alvo. Não é o que me anima mais, muito embora  eu não consiga passar incólume diante de tantos acontecimentos à vista no cenário nacional. Mas, considerando que a semana que passou tivemos o Dia do Poeta e, todos que me acompanham sabem de meu amor pela poesia; resolvi dar uma notícia que, garanto, é melhor que  a da prisão de Eduardo Cunha.  Vamos P-o-e-t-i-z-a-r! SONETO DO RENASCIMENTO Renascer como semente e Absorver-se em plena vida -Tão forte seja, frágil ainda- Caminhar sob O olhar rente. Estar pleno, embora aqui. Rir de seus limites e ater No peito dolorido e dizer Da certeza: o gozo do porvir! Em parte, sem distração, O passo cadente em fé,   Entre o que foi e o que não é: A síntese da convicção! Sem tergiversar o amor Nascer, morrer...brotou. Por Fernando Lima

Que remédio social você anda tomando?

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Vivemos tempos muito complexos. Seja no ambiente político, religioso ou mesmo na secularidade. Nos dois primeiros, os sintomas são bem mais fáceis de identificar por serem mais previsíveis, enquanto que na secularidade, tudo fica mais obscuro, porque reúne elementos da política e da religião, seja negando ou afirmando, mas tudo em torno de uma aspiração ideológica. E leia-se aqui secularidade não a stricto sensu, mas no sentido do que é fora dos ambientes político e religioso. A despeito da distinção dos sintomas, os três ambientes se imiscuem na construção de nossa cultura e valores. E é exatamente por se imiscuírem com todas as nuances, perspectivas, negações, afirmações, construções teóricas etc., que se constitui a complexidade.  Ou seja: o homem social busca na política o ideal de felicidade, à semelhança do religioso na religião, assim como o agnóstico ou ateu no ceticismo e na descrença. No final, todos buscam uma solução mesmo que seja através da negação dela – d

A criminalização das vaquejadas é uma vitória do politicamente correto

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Não entrarei no mérito jurídico da questão em torno da ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) apresentada pela Procuradoria Geral da República em relação a uma lei estadual (Ceará) que regulamentava a prática de vaquejada, em razão da complexidade doutrinária no que tange ao que seja direitos fundamentais reservados unicamente ao ser humano em contraposição a tutela jurídica,  que seria o aplicável no caso de animais, espécies e ecossistemas etc. que não são protegidos diretamente, necessitando, assim, de tutela, no âmbito da Constituição Federal. Destaco apenas os aspectos morais e filosóficos para externar o que penso. Se fazendo,  contudo, necessário apresentar os fatores que levaram a criminalização. Isto posto, foi com base no inciso VII do Artigo 225 da Constituição Federal que expressa sobre o risco de animais serem submetidos a crueldade,  que o STF usou do mesmo entendimento a “rinhas e brigas de galo” no estado do Rio Grande do Norte e da “farra do boi” em Santa

O debate ideológico com base nas últimas eleições: evolução, retrocesso, consenso, hegemonia cultural

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A quem espera ser parcial ou fielmente representando ideologicamente, não espere isto pelo menos nos próximos 20 anos no Brasil. Daqui até lá, o que se terá ainda será apenas alguns gatos pingados, à semelhança do que já começou nesta eleição em São Paulo, ao ser eleito o jovem Fernando Holiday, negro, gay, de origem pobre e declaradamente de Direita, sendo um dos protagonistas de um movimento que ganhou projeção nos protestos que desembocaram no impeachment da presidente Dilma Rousseff.  Primeiro - sem entrar no mérito das forças que o elegeram - acho essa necessidade de ser representado ideologicamente de forma plena algo que caminha para o fascismo, seja de que lado for. Não acredito em pureza ideológica assim como não tenho dúvidas que qualquer hegemonia de pensamento e cultura pode se tornar o pavimento perfeito para uma ditadura com a cara e a benção de um povo, assim como o Brasil ensaiou dar em rápidos passos com o PT no poder.  Quero deixar claro que não vejo na