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Positivismo e melancolia: a síntese de todos nós

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Positivismo sem melancolia é como lamber a manteiga do pão, desprezando todo o resto por aquele sabor imediato. Entenda aqui a melancolia como aquela reflexão involuntária tanto quanto inevitável diante das contradições e ambiguidades da vida. A melancolia é quem nos salva do fútil. É quem nos sinaliza a efemeridade da vida; é quem grita para nós todo dia nossa transitoriedade. Já o positivismo é aqui entendido como conceito plástico de mentalização e performance. Não é o mesmo do filósofo francês Comte (séc XIX) que inspirou o contraditório lema de nossa bandeira. Sabe aqueles conceitos "quânticos" de construção da realidade aplicada a técnicas de venda e vendidos como receita para felicidade? Sabe aqueles "dez passos para o sucesso" reciclados em milhões de livros de autoajuda? Não. Não nego a natureza da positividade, como qualidade do que é atitude positiva, otimista (embora otimismo seja outra palavra reciclada pelo positivismo), como sendo um...

Sobre o problema moral da metafísica de classes - Por Fabricia Miranda

Sobre o problema moral da metafísica de classes (trecho) (...) Se acredito que existe uma história com um mecanismo embutido que lhe dá sentido, também posso acreditar que o conhecimento desse mecanismo será capaz de me revelar as suas leis. E aí já estabeleço uma distinção geradora de poder, separando os que conhecem essas leis e os que não as conhecem. Os que não conhecem devem ser então conduzidos pelos que conhecem para que possa se cumprir o desiderato histórico. Note-se aqui que não é uma interação de opiniões que conduz a história e sim um saber sobre a história que confere a alguns agentes a capacidade distintiva de orientar os demais. O agente tem a episteme que o coloca num patamar diferente da massa que só possui a doxa. Isto é, rigorosamente falando, um platonismo que, como todo platonismo, só pode levar à autocracia, não à democracia. As...