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O Carnaval de Salvador: euforia, cegueira e o governo

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Como seriam as notícias sobre a "Revolta do Patrocínio" se ela não fosse só de meia dúzia nas redes sociais? "Carnaval de Salvador terminará neste domingo, 7/02, tal como aconteceu nos anos anteriores, informa a prefeitura. Motivo? Fracasso total de público pelo terceiro ano seguido. Baianos e turistas estão novamente boicotando o Carnaval patrocinado, no terceiro ano do protesto "Desocupa Schin Barra-Ondina" levando multidões às ruas, porque não encontram Skol e Stela. Pelo caminho, como tática de protesto, deixam milhares de latas de Schin vazias e um rastro de urina pelas calçadas, apesar dos banheiros químicos e dos novos banheiros climatizados. "Não queremos luxo capitalista de banheiros públicos climatizados! Queremos poder comprar nossa Stela!", diz um dos manifestantes desocupados. Ao lado, sua namorada fantasiada de Frida Kahlo completa :  "A juventude brasileira tem hoje um papel a cumprir nos rumos políticos do país. Somos mai...

Aos doutos justicistas da rede!

Assistindo ao debate sobre os acordos de leniência. É assombroso ver os não limites do cinismo e seus discursos de sustentação que seriam risíveis de tão primários em suas falhas e erros, mas que se tornam como um tipo de diagnóstico patológico medonho: uma alteração do humano comum, que eu escrevi num rascunho de um texto poema-distópico em 2002, a que dei o possível nome de "redimidos" e que não foi resultado de nenhuma análise ou intuição. Mas, sei lá, talvez tenha sido. Nunca voltei ao poema.  No fim, é só impossível achar graça das falhas óbvias dos discursos de defesa. O cinismo discursivo é tanto que chega a um banditismo dos mais obscenos em todos da máquina, essa elite burocrática, do maior ao menor lá dentro. Tudo ali está podre, e chega à alma dessas pessoas. E a luz sobre elas é implacável, ela "grita" os desa...

Opinião: Epitáfio da Pátria Educadora

Publicado em 02/01/2016 | 03h00 Não fossem suas consequências trágicas, negando às novas gerações a formação de que necessitam para emancipar-se intelectual e profissionalmente, a Base Nacional Comum Curricular (BNC) seria mais uma contribuição do governo Dilma Rousseff e do lulopetismo para o anedotário nacional. Os problemas começaram na escolha das 116 pessoas que redigiram o documento – classificadas como especialistas pelo Ministério da Educação (MEC). O órgão deve ter lá suas razões para não revelar seus nomes. Também não informou os critérios usados na escolha desses pedagogos anônimos nem as instruções que lhes foram transmitidas. Só agora, após a divulgação da BNC, é que alguns nomes estão vindo a público. Os autores da BNC primaram por apresentar sugestões acacianas, exibidas na novilíngua do lulopetismo. Para o ensino fundamental, enfatizaram o “desenvolvimento de ideias sobre a constituição da terra”, a “problematização do sentido da vida humana”, o prazer ine...

Sobre o problema moral da metafísica de classes - Por Fabricia Miranda

Sobre o problema moral da metafísica de classes (trecho) (...) Se acredito que existe uma história com um mecanismo embutido que lhe dá sentido, também posso acreditar que o conhecimento desse mecanismo será capaz de me revelar as suas leis. E aí já estabeleço uma distinção geradora de poder, separando os que conhecem essas leis e os que não as conhecem. Os que não conhecem devem ser então conduzidos pelos que conhecem para que possa se cumprir o desiderato histórico. Note-se aqui que não é uma interação de opiniões que conduz a história e sim um saber sobre a história que confere a alguns agentes a capacidade distintiva de orientar os demais. O agente tem a episteme que o coloca num patamar diferente da massa que só possui a doxa. Isto é, rigorosamente falando, um platonismo que, como todo platonismo, só pode levar à autocracia, não à democracia. As...