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Mostrando postagens de agosto, 2016

Deus, deuses, humanos e bichanos - o problema da linguagem

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Em Jó 22, versos 2 e 3 diz: Pode alguém ser útil a Deus?/Mesmo um sábio, pode ser-lhe de algum proveito?/ Que prazer você daria ao Todo-poderoso se você fosse justo?/ Que é que ele ganharia se os seus caminhos fossem irrepreensíveis? Muitas são as vertentes teológicas que justificam a ligação do homem com o Divino, com o Supremo ou com Deus. Seja o tronco dessa ligação monoteísta ou politeísta, em dado momento, tudo passa pelo crivo da experiência pessoal de seus fiéis ou cultuadores. É justamente essa passagem, ambígua , que esconde grandes mistérios, mas também revela graves limitações. Aliás, não é mesmo fácil conciliar coisas do Divino (atemporal, incondicional, imprevisível) com coisas humanas (temporais, condicionais e previsíveis). Neste sentido, talvez o politeísmo estivesse à frente do monoteísmo quando mistura deuses e homens na mesma relação, mas, não consegue escapar da crise de temperamento de seus deuses, como as pragas de Apolo e a lança de

Deus não está morto, e isto não é problema meu!

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Com tanta coisa acontecendo no Brasil, depois do ouro olímpico para a seleção masculina de futebol, lá estava eu assistindo um filme - motivado seja por que for - que me diz que “Deus não está morto”.  Seja também o título uma resposta a famosa frase do filósofo Nietzsche que diz o contrário ao afirmar que “Deus morreu”-  a verdade é que ao terminar de assistir, me dei conta de que foi mais um daqueles filmes que nós dizemos no final: “nossa, não fui bem na escolha”. O filme que me parecia no início esse jogo competitivo de lógicas em choque, era, na verdade, mais um daqueles enviesados para o público gospel no intuito de fazer prosélitos. E... Sabe...Nada me parece mais anacrônico e ultrapassado que as velhas discussões sobre Deus, coisas de sala de aula que alimenta vaidades sobre quem vence na quebra de braço, a teologia cristã ou a ciência?  A criação ou a evolução? Ora, os amigos que me conhecem e sabem de minha fé pública em Jesus, devem estar  perguntando

Positivismo e melancolia: a síntese de todos nós

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Positivismo sem melancolia é como lamber a manteiga do pão, desprezando todo o resto por aquele sabor imediato. Entenda aqui a melancolia como aquela reflexão involuntária tanto quanto inevitável diante das contradições e ambiguidades da vida. A melancolia é quem nos salva do fútil. É quem nos sinaliza a efemeridade da vida; é quem grita para nós todo dia nossa transitoriedade. Já o positivismo é aqui entendido como conceito plástico de mentalização e performance. Não é o mesmo do filósofo francês Comte (séc XIX) que inspirou o contraditório lema de nossa bandeira. Sabe aqueles conceitos "quânticos" de construção da realidade aplicada a técnicas de venda e vendidos como receita para felicidade? Sabe aqueles "dez passos para o sucesso" reciclados em milhões de livros de autoajuda? Não. Não nego a natureza da positividade, como qualidade do que é atitude positiva, otimista (embora otimismo seja outra palavra reciclada pelo positivismo), como sendo um