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A enquete de Fátima Bernardes é o espelho de nossa esquizofrenia social

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Em primeiro lugar, a pergunta, convenhamos, não é das mais inteligentes. Aliás, ela não é inteligente de forma nenhuma. Tem um viés sensacionalista [por isto haver se tornado polêmica] e, sobretudo, divorciado da verdade. Afinal, nossa carta magna, a constituição federal, garante  o socorro ao policial quanto ao traficante. Assim como o código de conduta médica, como ressaltou o médico cirurgião que participava do programa. A despeito disto, sinceramente, às opiniões não foram distantes do problema, embora sob o efeito manada que a pergunta em si produz; alguns optaram por escolher um lado do painel para que assim pudessem responder a idiota pergunta editorial. No entanto, o que me chama a atenção mesmo, é o barulho nas redes sociais. Aí, sim, você vê a imbecilidade ganhar reverbérios enormes e dissonantes. Não demorou para que alguns postassem o lado escolhido a fim de serem solidários a tão sucateada polícia brasileira. Ironicamente, um ou dois dias depois,...

Que remédio social você anda tomando?

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Vivemos tempos muito complexos. Seja no ambiente político, religioso ou mesmo na secularidade. Nos dois primeiros, os sintomas são bem mais fáceis de identificar por serem mais previsíveis, enquanto que na secularidade, tudo fica mais obscuro, porque reúne elementos da política e da religião, seja negando ou afirmando, mas tudo em torno de uma aspiração ideológica. E leia-se aqui secularidade não a stricto sensu, mas no sentido do que é fora dos ambientes político e religioso. A despeito da distinção dos sintomas, os três ambientes se imiscuem na construção de nossa cultura e valores. E é exatamente por se imiscuírem com todas as nuances, perspectivas, negações, afirmações, construções teóricas etc., que se constitui a complexidade.  Ou seja: o homem social busca na política o ideal de felicidade, à semelhança do religioso na religião, assim como o agnóstico ou ateu no ceticismo e na descrença. No final, todos buscam uma solução mesmo que seja através da negação dela...

"É nós e depois de nós, é nós de novo"

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Hoje, (15), os jagunços do ex-presidente Lula, o Partido dos Trabalhadores (PT) se reuniram  tendo como pauta principal mostrar a sociedade que não aceitam o diagnóstico mais clarividente que leigos e acadêmicos já estão exaustos de saberem-no,vejamos: Sobre a Corrupção O PT não aceita que a hora da justiça exercer sua razão de ser CHEGOU! Não aceita que agora é a hora da encarar a corrupção até o fim. Até entendo que aceitar a navalha em sua própria pele não é algo fácil de admitir. Mas justificar a procrastinação da reforma  política e tantas outras pautas a Operação Lava-jato e ou a crise política que dela- da operação- advenha: é  o fascismo mais escancarado possível na tentativa de pôr uma cortina de fumaça diante dos fatos e da urgente necessidade de uma limpeza ética e moral na politica brasileira, cujo PT é protagonista. Sobre Lula Tamanho é o esforço do Partido dos Trabalhadores para blindar o ex-presidente Lula, que atribuir-lhe imputabi...

Sobre Downton Abbey (Não contém spoilers):

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Finalmente encorajei-me a assistir o 'grand finale' de "Downton Abbey", a melhor série de todos os tempos. As lágrimas ainda estão frescas no rosto e o pequeno diálogo entre a Condessa Viúva e a Sra. Crawley no finalzinho no capítulo ecoam na minha mente: “- Faz-me rir como celebramos ao futuro todos os anos – o que quer que ele traga. - Mas ao que mais celebraremos? Estamos indo para o futuro, não de volta para o passado. - Se pudéssemos escolher!” Quem conhece o espírito de Violet, a Condessa Viúva de Grantham, sabe de seu apreço quase devoto pelas tradições e costumes que guiaram o 'modus vivendi' do povo inglês por tantos séculos; mas sabe também de sua maleabilidade para lidar com fatos, aqueles que não poderiam ser modificados nem pelo mais nobre dos preceitos.  Eu me identifico com essa faceta da Condessa: se pudesse, escolheria voltar. Não posso. O que me resta se não avançar? Aí está a diferença crucial entre o conservador e o reacio...

Mais que partidos e alianças

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Acontece que o discurso utilizado para justificar a aliança e, corroborado pelos principais meios de comunicação é aquele travestido de boa intenção, pondo-se acima da política partidária. Ora, chamo de “discurso travestido” porque não há maior falácia que aquela que externa aparência de verdade! Dou minhas razões: o que adianta eliminar partidos se o que move pessoas são interesses? Com isto, não estou dizendo que não se deve repensar a politica partidária que a cada ano incha a máquina estatal e, mais que isto, torna difuso os discursos para uma população que almeja por algo maior que ideologia: Solução!!! É por falar em solução que não acredito que despartidarizando, apenas, que teremos uma politica proba e honesta a sua missão de ser. Precisamos de mais! Precisamos rediscutir nossa posição como gente, indivíduos. A democracia antes de sua definição mais trivial, portanto, aristotélica de “governo de povo”; é, também, como disse Oscar Wilde: "Dem...

Soneto de um país

Meu país é verde e amarelo É distinto, pleno, continental. Negas dia-a-dia o infame brutal. Revela-te tardio, dúbio esmero. Do teu cansaço sonambulante,  O impávido colosso e esplêndido, Eivado de dor, exposto ao vilipêndio.  Caminhas ermo, ente perambulante. Tuas riquezas e teu espólio Dos teus saques, útero vil. Das tuas catacumbas, és pueril! Insólito dissimulas o imbróglio, O ranger dos dentes cibernéticos. Teu labor, tua tese, reje antitético. Fernando Lima