Alegria, prazer, felicidade e espiritualidade: uma busca no imediato!





Diante do excesso de informações. Das muitas seduções do consumo e das múltiplas possibilidades de entretenimento e adrenalina, tudo parece estar em torno de nós e para nós. Mesmo assim, somos assaltados por uma falta de sentido existencial e que imediatamente cuidamos de reprimir ou abafar seu apelo.

Outro dia escrevi aqui sobre esse momento de assalto da falta de sentido, pela melancolia, como esse grito para nos salvar do fútil.

Reprimir esse grito no interior da casa, não garante que lá fora, pelos telhados do facebook não se ouçam o barulho confuso e ambíguo de nossas queixas. As "redes sociais" é o espaço que substituiu o velho e necessário divã psicanalítico.

Entretanto, existem essenciais diferenças entre o divã e as redes sociais. É que no divã se tem o benefício do sigilo, enquanto nas redes sociais você confessa para o mundo inteiro. No divã existe a possibilidade do confronto para a verdade, nas redes se tem o conforto da mentira. No divã existe um processo com início, meio e fim. Já nas redes sociais a incoerência passa despercebida pelos transeuntes tão ocupados e vorazes por dar um like.

Não quero, aqui, me ater a fala das interpretações variadas da filosofia e teologia sobre o que seja a natureza dessa busca de sentido. Não importa se é melancolia. Desejo de transcendência (espiritualidade). Crise sobre a vocação. Se é um lapso de paixão ou uma tristeza pelos infortúnios do ambiente de trabalho. 

Não, não importa se são cócegas ou cutucão de um infame qualquer. Aliás, uma pessoa não é obrigada a ter entendimento total de um tema que a inquieta. Até mesmo para a tomada de decisões complexas, nunca teremos esse entendimento total.

O que fazer, enfim, diante desse apelo por sentido? Afinal, o que você mais gosta?

Então pegue. Abrace. Sinta. Escolha. Aprecie. Beba. Coma. Concentre-se no agora. O que vale MAIS ou MENOS, você saberá discernir assim que o contato com o objeto de seu prazer for estabelecido.

Não tenha medo se é prazer fugaz ou não. Vai que você descobre o que é alegria no seu mais pleno sentido, aí o prazer vira só uma parte desse todo que você pode até chamar de felicidade.

Ah, e se for alguma chamada de Deus para minha vida, diria um religioso. Não se preocupe, Ele sempre encontra quem se perde.

Só não esqueça que uma vida bem vivida não precisa ser de toda atenta, nem desatenta. Talvez o equilíbrio entre o saber e o não saber dê mais sentido. Ou, pelo menos, evita um suicídio irracional.

O prazer e a alegria. A felicidade e a espiritualidade não se encontram em qualquer balcão dos pensamentos imediatos.


Por Fernando Lima




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