O sentido do que fazemos



Nada, consciente e inconsciente, inquieta mais a existência humana que a Vocação, pois esta representa quem somos e o que fazemos.

O discípulo Pedro envia uma carta a varios cristãos dispersos chamando a atenção para este fato e, as afirmações que ele faz dos versos 1 a 25 de sua primeira epístola, dão luz a vocação a qual TODOS nós podemos estar a ela admitidos pela fé. Visto que tal admissão, sem fé, é impossível. Sem a fé só nos resta as agruras do sucesso e as ilusões dos holofotes que refletem uma vida vazia e fútil, baseada na mera ostentação.

Para tanto, Pedro evoca-nos a consciência de nossa vocação, e sobre sua natureza dizendo que ela é eterna, por causa de Jesus, é antes da fundação do mundo. É historificada através do testemunho dos profetas e do Verbo Encarnado; e sua perspectiva futura é de completude. Com essa síntese, temos algumas constatações:

1. A vocação pela fé nos chama a dar nome às coisas. A resignificar a existência. A andar sóbrio sobre nossas escolhas e decisões, não nos moldando a uma vida movida apenas por emoções difusas e vazias de sentido.

2. Encarar as provações do mundo com a síntese de quem somos. Ha aqui alguns aspectos: as provações podem ter um poder duplamente transformador. Elas podem te ajudar a ser melhor, mais sensível, mais sábio, mas também mais cínico, mais insensível e indiferente. O efeito transformador para o bem só é percebido por quem não perdeu o olhar na natureza de sua vocação acima resumida.

3. Compreender a fragilidade da existência humana é ir além da mera gestão de sobrevivência. Por saber-mo-nos frágeis, é que cada ser humano que passa por nós é reverenciado. É que cada execução de nosso talento é feita com um plus de boa vontade; é que as rotinas do dia-a-dia ganham sempre uma interação com nossas dimensões mais profundas, afinal, estamos sempre trabalhando por algo MAIOR que nós e que nem mesmo a satisfação de um desejo trará consigo o contentamento, pois contentar-se é uma questão de consciência de nossa fragilidade e por isto a consciência contente se faz grata.

Leia 1 Pedro 1, versos 1 a 25 e entenda melhor o que digo. É valida até para os ateus que confiaram a sua vocação no escrutinável e possível.

Um beijo!

Fernando Lima

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