Mulheres, façam um favor a sua liberdade: desempoderem-se do politicamente correto!



Na semana passada uma entidade feminista solicitou a rede globo de televisão o direito de resposta a uma fala do Faustão, em seu programa, quando ele disse que “existem mulheres que gostam de viver apanhando de homem” – uma antífrase (umas das formas de ironia ao afirmar quando, na verdade, se discorda). A entidade entendeu que essa fala reforça o estereótipo machista sobre o qual elas combatem.

Pois bem! Ouvi em algum lugar que se ironia fosse verde, teria muita gente comendo. E eis aí uma verdade: a ironia perdeu seu fim pedagógico na linguagem (tão bem usado entre os gregos) para o generalismo chato e burro do politicamente correto.

Mais que isto: a ironia foi pervertida pelo politicamente correto. Transformou-se numa espécie de “transgressão do ordinário” que somente hipster´s são capazes de representar bem porque cultivam  a esquisitice e a quebra de tabus como se isto fosse o meritum causae da criatura evoluída: uma babaquice sem precedentes, digno de nota da pré-história que não perdoa quando ao assunto é evolução.

Quando o Faustão falou, e eu  assistia no momento, estava clara a crítica através da ironia que, inclusive, problematiza a questão da violência doméstica, coisa que pelo que parece essas entidades não gostam de mirar no problema por muito tempo e pelo generalismo acham que qualquer medida imediatista e inescrupulosa seja a solução para os problemas do mundo.

Não passam pelo raciocínio progressista que alguns problemas da miséria humana passam pela sua condição existencial. Que, sim, existem mulheres - seja por analfabetismo emocional (sendo bem reducionista) – que se submetem a relacionamentos onde são vítimas reincidentes da violência e, negar isto, é uma forma de fugir da complexa realidade do problema.

É um problema velho e conhecido dos ditos progressistas: detestam escrutinar os problemas como o são para justificarem a utopia.

Mas, voltando ao problema da ironia. Pior que sua incompreensão diante da oligofrenia dos politicamente corretos, é fazer desta incompreensão o chamado empoderamento das mulheres.

Ora, se uma figura de linguagem não pode ter mais seu lugar para a expressão e o entendimento comum das coisas, só resta tentar salva-la: mulheres empoderadas salvarão o mundo!



Por Fernando Lima

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