Com ou Sem Impeachment, Dilma não é a presidente da república. Ou: a crise de legitimidade do governo Dilma


Não precisamos xingar, vituperar e evocar impropérios sobre a vida da presidente Dilma. Não gosto que assim seja feito quando eu erro. Aprendi que por mais que um erro seja daqueles "clássicos" que já foram cometidos por outros em algum tempo da história, ainda assim; uma coisa são as certezas que os outros tem acerca dos meus erros e outra é meu olhar sobre eles.  Mais que isto, uma coisa sou eu, Fernando Lima, errar e, outra seria se Fernando Lima assim ocupasse um posto igual ou semelhante ao de Dilma Rouseff. 

Acontece que daqui de meu mundo e minha história, já errei muito e, para mim, a grande descoberta de  manter um razoável parâmetro de saúde mental e relacional, é compreender o que significa coerência.

Descobri acerca da  coerência alguns pontos que a fundamenta. Não necessariamente a partir de uma ótica meramente moralista,  mas como para dar mínima simetria e ligação a ideias que professamos e, com isto, comunicar de modo amplo e convincente aquilo que acreditamos.

Já que a coerência não é uma virtude a stricto sensu, nem uma firula moral, nem por isto, ela deixa de ser um dever ético com a minha história.

Para tanto, não precisa ser linear, embora seja a lógica  o seu árbitro.  A harmonia das ideias apresentadas a alguém ou a muitos, vai variar por ser susceptível aos ruídos da interlocução em razão, também, da capacidade de retenção de memórias. Neste momento estou sendo lido a partir de diversos objetos tecnológicos e provavelmente eu seja uma das MUITAS informações que você teve acesso hoje. Isto serve para explicar o que chamo de ruídos da interlocução versus a capacidade de retenção da memória.

A época das eleições em 2014 eu escrevei no facebook que Lula tinha feito um grande mal a Dilma, quando a indicou para o posto do qual ela não tem habilidade nenhuma. Ir contra a sua vocação é uma desastre para qualquer indivíduo de qualquer esfera: religiosa, profissional...Etc.

Dilma como Ministra Chefe da Casa Civil já era muito, como ficou comprovado o caso da petrolífera de Passadena, mas como presidente da república ela se superou. Superou a tragédia de estar no lugar errado. 

A altura do que estamos vendo no planalto, o impeachment da qual a presidente tenta colar no golpe da ditadura e ao se apresentar com a áurea de uma defensora da democracia (contribuição pífia) da qual respeito apenas o fato de ter sido torturada (assim como o grupo do qual fazia parte [Val Palmares] era capaz de outros crimes), ela faz uma ponderação anacrônica a respeito dos fatos e, mais que isto, sela a incoerência consigo mesma, sendo tal selo já acompanhado de tantos atos explícitos de mentira e omissão que a tornam com ou sem impeachment totalmente ilegítima no cargo que ocupa.

A crise antes de tudo, é de legitimidade. O dispositivo legal, portanto, é detalhe.

Por Fernando Lima.

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